Segundo dados da ONU, o Brasil está na contramão do mundo e registra aumento de 21% de novos casos de aids em 8 anos.

Entre 2010 e 2018, o país registrou um aumento no número de novas infecções por HIV (dados são do Unaids – agência da ONU focada na epidemia).
Os números são claros: em 2010, o Brasil registrou 44 mil novos casos e em 2018, o número pulou para 53 mil levando o país na direção contrária do restante do mundo. Na média mundial, a doença registrou uma queda de 16% no número de novos casos em oito anos: em 2018, 1,7 milhão de pessoas foram infectadas pelo vírus no mundo, contra 2,1 milhões em 2010 (em seu auge, em 1997, 2,9 milhões de novos casos eram registrados por ano e na África do Sul, o número de novos casos caiu em 40% desde 2010).
Esse aumento de novos casos no Brasil demonstra que, apesar de todos os avanços recentes na expansão do acesso ao tratamento como parte de sua estratégia de prevenção combinada, o país precisará aumentar ainda mais essa já forte resposta para ser capaz de dobrar a curva de novas infecções. No mundo, 54% dos novos casos ocorrem entre usuários de drogas, homossexuais, transgêneros, trabalhadores do sexo e prisioneiros. Essa é a primeira vez que mais da metade dos casos está registrado nessas “populações-chave”. A epidemia de HIV no Brasil está concentrada nessas populações-chave.
A campanha “Dezembro Vermelho” tem o objetivo de conscientizar a população sobre uma das doenças que mais mata no mundo. Não apenas informar as pessoas sobre os sintomas, perigos e formas de se prevenir da doença mas, também, auxiliar no combate contra o preconceito que os portadores de HIV. A ação foi criada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), com o apoio da Organização das Nações Unidas (ONU), em uma Assembleia realizada em outubro de 1987. O governo brasileiro, através do Ministério da Saúde, promove campanhas de apoio desde 1988.
O vírus da AIDS (HIV) destrói as células brancas do organismo, responsáveis em proteger e combater doenças no corpo humano. Com a destruição das defesas do organismo, o corpo fica bastante fragilizado e propício a ser atacado por inúmeras doenças, como pneumonias, infecções, herpes e até mesmo alguns tipos de câncer.
 
ESTATÍSTICAS GLOBAIS SOBRE HIV 2019 (relatório do UNAIDS)
• 24,5 milhões [21,6 milhões—25,5 milhões] de pessoas com acesso à terapia antirretroviral (*até o final de junho de 2019).
• 37,9 milhões [32,7 milhões—44,0 milhões] de pessoas em todo o mundo vivendo com HIV (até o fim de 2018).
• 1,7 milhão [1,4 milhão—2,3 milhões] de novas infecções por HIV (até o fim de 2018).
• 770 000 [570 000—1,1 milhão] de pessoas morreram de doenças relacionadas à AIDS (até o fim de 2018).
• 74,9 milhões [58,3 milhões—98,1 milhões] de pessoas foram infectadas pelo HIV desde o início da epidemia (até o fim de 2018).
• 32 milhões [23,6 milhões—43,8 milhões] de pessoas morreram de doenças relacionadas à AIDS desde o início da epidemia (até o fim de 2018).
Pessoas vivendo com HIV
Em 2018, havia 37,9 milhões [32,7 milhões—44,0 milhões] de pessoas vivendo com HIV.
• 36,2 milhões [31,3 milhões– 42,0 milhões] de adultos.
• 1,7 milhão [1,3 milhão–2,2 milhões] de crianças (menos de 15 anos).
• 79% [67–92%] de todas as pessoas vivendo com HIV conheciam seu estado sorológico positivo para HIV.
• Cerca de 8,1 milhões de pessoas não sabiam que estavam vivendo com HIV.
Pessoas vivendo com HIV com acesso à terapia antirretroviral
Até o fim de junho de 2019, 24,5 milhões [21,6 milhões—25,5 milhões] de pessoas vivendo com HIV tinham acesso à terapia antirretroviral. Em 2018, 23,3 milhões [20,5 milhões—24,3 milhões] de pessoas vivendo com HIV tinham acesso à terapia antirretroviral, mais do que 7,7 milhões [6,8 milhões–8,0 milhões] em 2010.
Em 2018, 62% [47–74%] de todas as pessoas vivendo com HIV tiveram acesso ao tratamento.
• 62% [47–75%] dos adultos com 15 ou mais anos vivendo com HIV tinham acesso ao tratamento, assim como 54% [37–73%] das crianças de 0 a 14 anos.
• 68% [52-82%] das mulheres com 15 ou mais anos tinham acesso ao tratamento. Entretanto, apenas 55% [41-68%] dos homens com 15 ou mais anos tinham acesso.
• 82% [62–>95%] das mulheres grávidas vivendo com HIV tinham acesso a medicamentos antirretrovirais para prevenir a transmissão do HIV para seus bebês em 2018.
 
Novas infecções por HIV
Novas infecções por HIV foram reduzidas em 40% desde o pico em 1997.
• Em 2018, cerca de 1,7 milhão [1,4 milhão—2,3 milhões] de novas infecções por HIV, em comparação com 2,9 milhões [2,3 milhões—3,8 milhões] em 1997.
• Desde 2010, as novas infecções por HIV diminuíram cerca de 16%, de 2,1 milhões [1,6 milhão—2,7 milhões] para 1,7 milhão [1,4 milhão—2,3 milhões] em 2018.
• Desde 2010, novas infecções por HIV entre crianças diminuíram em 41%, de 280.000 [190.000—430.000] em 2010 para 160.000 [110.000—260.000] em 2018.
 
Mortes relacionadas à AIDS
As mortes relacionadas à AIDS foram reduzidas em mais de 55% desde o pico em 2004.
• Em 2018, cerca de 770.000 [570.000—1,1 milhão] de pessoas morreram de doenças relacionadas à AIDS em todo o mundo, em comparação com 1,7 milhão [1,3 milhão—2,4 milhões] em 2004 e 1,2 milhão [860.000—1,6 milhão] em 2010.
• A mortalidade relacionada à AIDS diminuiu 33% desde 2010.
Mulheres
Todas as semanas, cerca de 6.000 jovens entre 15 e 24 anos são infectadas pelo HIV.
• Na África Subsaariana, quatro em cada cinco novas infecções entre adolescentes de 15 a 19 anos acontecem em meninas. Mulheres jovens com idade entre 15 e 24 anos têm duas vezes mais chances de viver com o HIV do que os homens.
• Mais de um terço (35%) das mulheres em todo o mundo sofreram violência física e/ou sexual em algum momento de suas vidas.
• Em algumas regiões, as mulheres que sofreram violência física ou sexual por parceiro íntimo têm 1,5 vez mais probabilidade de contrair o HIV do que as mulheres que não tiveram essa violência.
 
Populações-chave
As populações-chave e seus parceiros sexuais representam:
• 54% das novas infecções por HIV em todo o mundo.
• Mais de 95% das novas infecções por HIV na Europa do Leste e na Ásia Central.
• 95% das novas infecções por HIV no Oriente Médio e Norte da África.
• 88% das novas infecções por HIV na Europa Ocidental e Central e na América do Norte.
• 78% das novas infecções por HIV na Ásia e no Pacífico.
• 65% das novas infecções por HIV na América Latina.
• 64% das novas infecções por HIV na África Ocidental e Central.
• 47% das novas infecções por HIV no Caribe.
• 25% das novas infecções por HIV na África Oriental e Austral.
O risco de infecção por HIV é:
• 22 vezes maior entre homens que fazem sexo com homens.
• 22 vezes maior entre pessoas que usam drogas injetáveis.
• 21 vezes maior para trabalhadoras do sexo.
• 12 vezes maior para pessoas transexuais.
 
HIV/Tuberculose 
A Tuberculose continua a ser a principal causa de morte entre as pessoas que vivem com o HIV, sendo responsável por cerca de uma em cada três mortes relacionadas à AIDS.
• Em 2017, cerca de 10 milhões [9.0 milhões—11.1 milhões] de pessoas desenvolveram a doença da tuberculose, aproximadamente 9% estavam vivendo com o HIV.
• Pessoas vivendo com HIV sem sintomas de TB precisam de terapia preventiva deTB, o que diminui o risco de desenvolver TB e reduz as taxas de mortalidade de TB/HIV em cerca de 40%.
• Estima-se que 49% das pessoas que vivem com HIV e tuberculose desconhecem sua coinfecção e, portanto, não estão recebendo cuidados.
Dados: Unaids (agência da ONU focada na epidemia) e Ministério da Saúde (MS)